Cuidados com os olhos no tempo seco
- Redação Saúde Minuto
- 11/07/2023
- Kemi Salami Oftalmologia Saúde
Algumas doenças oculares não causam deficiência visual, como é o caso das conjuntivites e da síndrome do olho seco, mas não devem ser negligenciadas, já que podem ser causas importantes de piora na qualidade de vida e são motivos frequentes de visita aos serviços de oftalmologia em todo o mundo.
A doença do olho seco é extremamente comum: atinge cerca de 14 a 52% da população mundial. No Brasil, estima-se que o olho seco acometa de 13 a 24% da população. Desde 2017, o “Julho turquesa” marca o mês da conscientização do olho seco.
A Síndrome do olho seco, como também pode ser chamada, é definida como um conjunto de alterações do filme lacrimal (lágrima), associado a alterações da superfície dos olhos e a presença de sinais e sintomas oculares, como: irritação frequente, olhos vermelhos, ardência, secreção clara, sensação de areia nos olhos e por vezes dificuldades transitórias para enxergar. Quem nunca sentiu a sensação de desconforto nos olhos após um longo dia de trabalho no computador? O uso prolongado de telas, tão presentes em nosso dia a dia, se mostra bastante prejudicial aos olhos.
Em geral, piscamos 20 vezes por minuto. Ao utilizar telas e aparelhos eletrônicos, esse número cai para aproximadamente 6 vezes por minuto, o que impede que a superfície dos nossos olhos seja lubrificada da maneira correta, levando a piora ou ao desenvolvimento do olho seco. Isso afeta tanto adultos quanto crianças. Então atenção, a dica aqui é: lembre-se de piscar os olhos e faça intervalos regularesao utilizar aparelhos eletrônicos.
Nesses dias de inverno, devido a baixa umidade do ar e aumento do vento, também pode haver um agravamento dos sintomas. Umidificadores de ambiente ajudam (e muito) a dar mais conforto aos seus olhos. Evitar o uso de aquecedores em ambientes fechados também pode ser uma boa! Não retirar completamente a maquiagem da região dos olhos e realizar de maneira inadequada a higiene das pálpebras parecem ações corriqueiras e inofensivas. Mas além de aumentarem a chance de inflamações locais, podem levar a disfunções da qualidade da lágrima, gerando ou piorando a doença do olho seco.
Nós mulheres devemos ficar mais atentas, pois o fato de sermos mulheres é um fator de risco importante, principalmente quando associado à idade avançada (após os 50 anos). Portadores de doenças autoimunes, como a artrite reumatoide, usuários de alguns grupos de medicamentos antialérgicos e antidepressivos também estão no grupo de risco para o desenvolvimento do olho seco.
Lançar mão do uso de lágrimas artificiais, os famosos colírios lubrificantes, colabora para amenizar os sintomas ou até mesmo evitar algumas formas da doença do olho seco. Porém, precisamos sempre nos lembrar que a automedicação pode ser perigosa, então para evitar riscos o ideal é seguir a orientação da sua médica ou do seu médico. A síndrome do olho seco compromete a qualidade de vida do seu portador. Em grande parte das vezes não tem cura, mas tem tratamento e melhora do desconforto. Se você apresenta um ou mais desses sinais e sintomas descritos, procure seu médico oftalmologista. Ele poderá realizar um diagnóstico preciso e indicar o melhor tratamento para o seu caso. Aproveite e faça o check-up oftalmológico anual.
Texto por Dra. Kemi Salami | Médica Oftalmologista