Mamografia: a importância do rastreamento para o câncer de mama
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- Redação Saúde Minuto
- 06/02/2024
- Oncologia Saúde
O câncer de mama é o tumor maligno mais frequente entre as mulheres no mundo, com 2,3 milhões de novos casos diagnosticados anualmente, com cerca de 645 mil mortes diretamente relacionadas a doença, em 2020. No Brasil, estima-se para 2024, a ocorrência de 73.210 novos casos, perfazendo 16,1% do total de mortes por câncer no país.
Este cenário demonstra a necessidade da discussão de estratégias custo-efetivas objetivas para realização de rastreamento populacional com vistas a realizar diagnóstico precoce, pois a grande maioria dos casos de câncer de mama que compõe os dados de mortalidade acima citados são decorrentes de doença mamária avançada.
Uma das melhores ferramentas para realização do rastreamento é a mamografia, que apresenta dados robustos, demonstrando uma redução na mortalidade específica relacionada ao câncer de mama da ordem de 22% a 30% na população de mulheres na faixa etária de 40 a 74 anos.
Assim sendo, as principais sociedades de especialidades que trabalham com o tema (Sociedade Brasileira de Mastologia, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem) sugerem recomendações para realização do rastreamento do câncer de mama levando em consideração as melhores evidencias internacionais adaptadas ao cenário nacional.
Em mulheres de risco habitual, ou seja, aquelas que não apresentam risco aumentado para câncer de mama, a mamografia deve ser realizada anualmente, a partir dos 40 anos ate a idade de 74 anos e, quando disponível e acessível, deve ser realizada a tomossíntese, que representa nada mais nada menos do que uma evolução tecnológica da mamografia.
Acima dos 75 anos, a orientação deve ser mantida nos casos em que a expectativa de vida seja de pelo menos 7 anos e que não haja doenças limitantes.
Outros exames de imagem como ultrassonografia mamária ou mesmo ressonância magnética de mamas não devem ser solicitados de rotina como rastreamento, sendo apenas empregados como avaliação complementar e de forma individualizada, quando necessário.
Em mulheres de risco elevado para câncer de mama, como pacientes com antecedentes de lesões de risco previamente biopsiadas (hiperplasia lobular atípica, hiperplasia ductal atípica), mamas densas, histórico familiar forte e/ou com mutações de risco para câncer de mama, histórico de irradiação torácica ou ainda mulheres já tratadas por câncer de mama invasor ou in situ, existe a indicação de rastreamento individualizado.
Pacientes abaixo de 40 anos não devem ser submetidas a rastreamento, exceto em casos especiais em que o especialista, através de modelos matemáticos de risco, pode estratificar caso a caso e indicar a melhor forma de screening.
Prof Dr Fábio F. O Rodrigues | Médico Titular do Centro de Oncologia e Hematologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo e Membro do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer