Novo tratamento para refluxo chega ao país
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- Redação Saúde Minuto
- 23/03/2021
- Eduardo Grecco Gastroenterologia Saúde
Usado com sucesso na Europa e nos Estados Unidos, o EsophyX acaba de ser aprovado pela Anvisa
Segundo a Federação Brasileira de Gastrenterologia, 30% dos adultos do Brasil sofrem com a chamada doença do refluxo, o que corresponde a 50 milhões de brasileiros. Ela acontece quando a secreção do estômago volta para o esôfago com frequência, provocando sintomas como azia e dor no peito, entre outros. Além disso, se não for combatida adequadamente, compromete a qualidade de vida do indivíduo, pois pode prejudicar o sono, ocasionar lesões sérias no esôfago e úlceras, agravar doenças como bronquite e pneumonia e até mesmo levar a câncer de esôfago.
O tratamento envolve mudanças na alimentação e nos hábitos e em alguns casos há a necessidade de outro tipo de abordagem. E são nesses momentos que o EsophyX entra. Trata-se de um dispositivo que realiza uma válvula por via endoscópica junto à transição do esôfago para o estômago implantando no esfíncter superior do esôfago, aumentando seu tônus, levando à melhora dos sintomas.
“É uma ótima opção para pacientes que não conseguiram bons resultados com os tratamentos medicamentosos e ainda evita os efeitos colaterais que podem ocorrer com o uso dos remédios a longo prazo”, afirma o cirurgião do aparelho digestivo Eduardo Grecco, Coordenador do Serviço e da Residência Médica de Endoscopia da Faculdade de Medicina do ABC-São Paulo e membro titular da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED).
Conheça 10 fatos importantes sobre a doença do refluxo:
- A obesidade é um fator de risco: isso acontece porque o excesso de peso leva a um aumento na pressão na região abdominal.
- Grávidas têm mais tendência: a causa é a mesma dos obesos, a elevação na pressão abdominal, nesse caso desencadeada pelo aumento do útero devido ao crescimento do bebê.
- Seu tratamento normalmente envolve mudanças alimentares e de hábitos: “alterações na dieta e comportamentais são essenciais para quem sofre com refluxo e são o primeiro passo para o tratamento”, diz Grecco. Alimentos gordurosos, chocolate, café , álcool e bebidas gaseificadas devem ser evitados. Além disso, o ideal é comer pequenas quantidades várias vezes ao dia, ao invés de fazer refeições muito grandes.
- Pode necessitar de cirurgia: na maioria dos casos o médico prescreve a realização de exames, como endoscopia, pHmetria e manometria que indicaram se é o caso de uma intervenção cirúrgica ou por meio endoscópico, que pode envolver o uso de radiofrequência ( Sistema Stretta) ou a nova técnica descrita acima, a EsophyX.
- Nem sempre o uso de antiácidos é indicado: isso acontece por duas razões: em primeiro lugar, existem refluxos que não são ácidos, ou seja, esse tipo de medicamento não terá ação nenhuma. “Além disso, eles não resolvem a questão a longo prazo e podem mascarar problemas, como uma hérnia de hiato, que pode estar por trás do refluxo”, explica o especialista.
- O estresse pode levar ao quadro ou piorá-lo: os estressados normalmente se alimentam mal e têm hábitos ruins, o que piora o quadro e ainda favorece o ganho de peso, mais um fator de risco para a doença.
- Deitar-se após as refeições não é indicado para quem sofre com esse problema: essa recomendação na verdade vale para todo mundo e a explicação é física: ficar na horizontal com o estômago cheio aumenta as chances de o ácido fazer o caminho contrário. O ideal é que a pessoa se deite entre 2 e 3 horas após se alimentar.
- O uso de travesseiros anti-refluxo é bem-vindo: eles ajudam a deixar a parte superior do corpo mais elevada, diminuindo as chances do ácido voltar para o esôfago. O ideal é utilizar produtos vendidos especificamente para esse fim, pois amontoar travesseiros convencionais não é uma boa ideia, já que eles tendem a escorregar durante a noite, fazendo com que não cumpram o objetivo do indivíduo e ainda provoquem dor no pescoço.
- Pode fazer com que a pessoa tenha muita dor de garganta, tenha tosse persistente e fique rouca: os especialistas estimam que apenas 30% dos pacientes apresentam os sintomas mais conhecidos da doença, o restante sofre com sinais como esses que são provocados pela inflamação que o ácido provoca na garganta.
- Em casos extremos pode levar a problemas dentais: esse é mais um dos sintomas provocados pelo refluxo fora do sistema digestivo. Ele é provocado pela presença constante de ácido na boca em contato com os dentes.
Dr. Eduardo Grecco
Cirurgião do Aparelho Digestivo e Endoscopista