Terapia por meio do Qi Gong e a importância do toque
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- Redação Saúde Minuto
- 23/11/2022
- Bem-estar Saúde
Terapia por meio do Qi Gong – Massagem terapêutica sensorial auxilia na hipersensibilidade da pele em pessoas com deficiência neurológica.
Desde o nascimento, o toque é essencial para estabelecer vínculos entre pais e filhos. Um dos exemplos disso é a Golden Hour, momento após o parto no qual a mãe fica em contato pele a pele com o recém-nascido durante uma hora, criando um laço de reconhecimento e carinho. Em pessoas autistas ou com outros transtornos de comportamento, o contato físico, que era para ser um momento prazeroso, pode acabar se tornando uma tortura.
Isso por conta do transtorno de processamento sensorial (TPS), condição neurológica na qual o cérebro passa a apresentar problemas para responder e receber informações sensoriais internas e externas. O portador do TPS pode ser hipersensível, quando o toque é percebido de forma muito agressiva, ou hipo-sensível, ou seja, a falta de sensibilidade na pele. Pesquisas mostram que, atualmente, mais de 90% das crianças com autismo apresentam essa deficiência.
Esta condição pode ser revertida através do método Stichting Qi Gong, sediado na Holanda e originalmente desenvolvido pela Dra. Louisa Silva, M.D., M.P.H, que se tornou uma opção para mitigar esses efeitos. O método consiste em usar várias intensidades de pressão aplicadas à cabeça e ao corpo, para aumentar ou diminuir a sensibilidade dos nervos da pele, dependendo das necessidades individuais de cada paciente.
De acordo com o herbalista clínico licenciado e massagista Tuina no I-Lotus Traditional Chinese Medical Center, Dr. Dôpey Calor: ‘’a técnica permite que a sensação do toque seja normalizada, proporcionando uma ligação mais profunda entre pais e filhos e permitindo que a criança se sinta segura e desenvolva conexões com aqueles ao seu redor’’. A prática da massagem terapêutica sensorial terapia por meio do Qi Gong auxilia na redução do estresse, relaxa os músculos, ajuda na digestão, aprofunda o sono, normaliza o sistema sensorial e melhora a auto-regulação.
Pesquisas mostram que a perda do vínculo entre pais e filhos afeta drasticamente o desenvolvimento emocional, físico, intelectual e social da criança, causando déficits na comunicação social e na interação social. “Sem o contato físico próximo, os pais são incapazes de acalmar seus filhos, dificultando a criação de uma conexão emocional através da comunicação não verbal”, completa Calor.
Método aplicado em todo o mundo, a organização treina profissionais e instituições de caridade que desenvolvam trabalhos destinados às crianças autistas que, posteriormente, poderão fornecer a capacitação aos pais dos pequenos em suas próprias comunidades. Inicialmente, o treinamento tem duração média de quatro a cinco meses e é realizado de maneira prática e presencial, seguindo remotamente posteriormente.
Neste mês, Calor estará no Brasil aplicando o treinamento e fornecendo suporte a terapeutas e pais brasileiros, permitindo com que eles ofereçam o autocuidado a longo prazo e com custo-benefício para seus filhos com necessidades especiais.
Texto por Estela Marconi | Redação Saúde Minuto