Agosto Branco e o alerta para o câncer de pulmão entre mulheres
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- Redação Saúde Minuto
- 10/08/2024
- Saúde saúde da mulher
O câncer de pulmão é o quarto mais comum entre mulheres e o segundo em mortalidade no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 14,5 mil brasileiras devem receber o diagnóstico da doença neste ano.
O tabagismo é, sem dúvida, o principal fator de risco, e as mulheres que fumam parecem ser mais suscetíveis ao desenvolvimento deste tumor. Temos percebido, nos últimos tempos, um aumento do uso do cigarro entre as mulheres, com taxas de interrupção mais baixas em comparação com os homens. Além disso, existe o estigma do tabagista, que atrasa a busca por atendimento, além da desinformação sobre as possibilidades de rastreamento da doença. Todos esses fatores podem dificultar o diagnóstico em tempo oportuno.
Como mais de 80% dos casos diagnosticados são em estágios avançados, é importante estar atento aos sintomas do câncer de pulmão, independentemente do histórico de tabagismo. Sinais como tosse persistente e/ou com sangue, dor no tórax, falta de ar, perda de peso não intencional e infecções pulmonares recorrentes devem ser avaliados.
O rastreamento para o tumor pulmonar é recomendado para pessoas com histórico de tabagismo ou ex-tabagistas com idade superior a 50 anos, com a indicação de tomografia de tórax de baixa dose, realizada anualmente.
Em casos raros, mulheres não tabagistas podem ter risco aumentado se apresentarem um histórico familiar ou mutações genéticas específicas, como nos genes ALK e EGFR. Nestes casos, não há rastreio populacional, sendo muito importante o reconhecimento dos sintomas iniciais para uma intervenção precoce.
Texto por Maria Alzira Rocha, oncologista clínica no Hospital Israelita Albert Einstein e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer | Redação Saúde Minuto