Os Espectros do Autismo
- Redação Saúde Minuto
- 03/04/2023
- Pediatria Saúde
O autismo, identificado pela primeira vez em 1943 pelo médico austríaco Leo Kanner, é uma condição que afeta aproximadamente 1% da população mundial. Embora já existissem indivíduos autistas antes dessa descoberta, foi apenas a partir desse momento que a ciência começou a compreender o autismo como uma condição única, com características específicas.
Mais comum em homens do que em mulheres, o autismo pode ser diagnosticado em pessoas de todas as idades, etnias e classes sociais. Sendo um espectro, os sintomas e graus de manifestação do transtorno variam entre os indivíduos. Por exemplo, algumas pessoas podem enfrentar desafios significativos na comunicação e interação social, enquanto outras podem ter habilidades sociais e comunicativas relativamente adequadas, mas ainda exibir comportamentos repetitivos e interesses restritos.
Os principais aspectos do autismo incluem dificuldades na comunicação, como atrasos ou dificuldades na fala; interações sociais, como compreensão limitada de expressões faciais; e comportamentos repetitivos e restritos, como apego excessivo a rotinas. Outros sintomas podem incluir sensibilidade à luz ou ao som, interesse obsessivo por um tema específico, dificuldade em entender dinâmicas sociais ou figuras de linguagem, entre outros.
A diversidade e intensidade dos sintomas levaram à denominação de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa condição apresenta um leque de manifestações, enfatizando que cada indivíduo autista é único e requer cuidados adaptados às suas necessidades específicas.
O diagnóstico do autismo é realizado por profissionais de saúde capacitados, como psicólogos, neurologistas ou psiquiatras. Esses especialistas realizam avaliações abrangentes do comportamento e desenvolvimento do indivíduo, além de aplicar testes padronizados para determinar o diagnóstico. O tratamento precoce é crucial, pois pode levar a melhores resultados.
O tratamento do autismo geralmente envolve uma abordagem multifacetada, que inclui terapia comportamental, terapia ocupacional, terapia da fala e, em alguns casos, medicação. A terapia comportamental auxilia no desenvolvimento de habilidades sociais e comunicativas, enquanto a terapia ocupacional ajuda a desenvolver habilidades práticas, como se vestir e se alimentar.
Recomenda-se que crianças com dificuldades de socialização (evitar contato visual, não responder quando chamadas), comportamentos repetitivos (andar na ponta dos pés, movimentos constantes) ou que não formem pequenas frases até os dois anos de idade passem por uma avaliação médica para investigação.
Texto por Dr. Ronaldo Correia | Médico pediatra