Quer mudar o cabelo? Saiba os riscos da escova progressiva
- Rafaela Navarro
- 29/10/2024
- Beleza
A dermatologista Dra. Isabel Martinez adverte sobre os riscos da escova progressiva para o couro cabeludo, fios e saúde geral.
A escova progressiva envolve produtos que alisam o cabelo por meio de reações químicas, incluindo substâncias sensibilizantes como formaldeído e tioglicolato. Esses produtos podem causar irritação na pele, coceira e erupções cutâneas.
Segundo a Dra. Martinez, pesquisadora com MBA em cosmetologia, o formaldeído, presente em muitas formulações, é um dos principais causadores de danos, incluindo fragilidade, ressecamento e quebras nos fios, pois afeta diretamente a estrutura das proteínas capilares.
Além de ser um alérgeno conhecido, pode causar dermatite de contato no couro cabeludo, pescoço e orelhas. Produtos de alisamento também contêm fragrâncias e conservantes que podem desencadear reações alérgicas em pessoas sensíveis.
O calor aplicado durante o processo intensifica esses efeitos, tornando o cabelo mais vulnerável a danos mecânicos e ambientais.
A exposição ao formol é associada a uma série de problemas de saúde. A inalação crônica pode resultar em irritação respiratória, dores de cabeça, e foi classificada como cancerígena pela IARC (International Agency for Research on Cancer)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) relaciona o formol ao aparecimento de tumores no nariz, na boca, na faringe, na laringe e na traqueia. Mediante o alerta da OMS e de outras instituições internacionais de pesquisa, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) classificou o formol como um agente cancerígeno.
O artigo descreve um caso de lesão renal aguda (AKI) causado pela exposição a produtos de alisamento capilar rotulados como “livres de formol”, mas que contêm substâncias que liberam formaldeído quando aquecidas, como o carbocisteína de glioxilato. Esse composto, quando aquecido, libera formaldeído e também pode se converter em oxalato, substância que forma cristais no tecido renal, resultando em nefrotoxicidade e danos aos rins. Precisam-se de mais estudos, porém os relatos de casos, indicam que precisamos ficar atentos.
A Dra. Martinez lista alguns possíveis sinais de que a progressiva está afetando o couro cabeludo:
Dermatite de Contato:
– Inclui reações irritativas e alérgicas na pele, como eritema, descamação e urticária.
– Pode ocorrer tanto no couro cabeludo quanto em outras áreas expostas, e os sintomas incluem irritação na membrana mucosa e no trato respiratório.
Eflúvio Telógeno:
– Queda temporária de cabelo, geralmente induzida por uso excessivo ou inadequado de produtos alisantes.
Alopecia por Tração:
– Causada pela força aplicada durante o processo de alisamento, especialmente na linha do cabelo.
– Pode ser temporária (aguda) ou persistente (crônica) e afeta particularmente crianças e indivíduos afrodescendentes.
Alopecia Cicatricial:
– É rara, mas pode ocorrer devido a trações repetidas ou queimaduras com alisadores químicos, ou produtos aquecidos.
– Associada a lesões permanentes nos folículos, levando à perda irreversível de cabelo em áreas afetadas.
Danos à Haste:
– Quebra e pontas duplas devido à perda de elasticidade;
– Ressecamento extremo, porque as cutículas se abrem e perdem a capacidade de reter hidratação.
Embora alguns produtos sejam rotulados como “sem formol”, muitos contêm liberadores de formaldeído, como o ácido glioxílico, que liberam a substância durante o aquecimento, oferecendo riscos semelhantes. A contraindicação se estende para mulheres grávidas e lactantes, já que o formol pode ser absorvido pela pele e pelas vias respiratórias, expondo o feto ou lactente aos riscos de substâncias tóxicas e sendo capaz de causar alterações no desenvolvimento.
Profissional consultado: Dra. Isabel Martinez, dermatologista
Texto por: Rafaela Navarro | Redação Saúde Minuto | Editado por: Francisco Varkala
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