Açúcar é um doce veneno!
Bom dia! Na família brasileira, o bom dia começa com um café com leite, adoçado com açúcar acompanhado de um pãozinho com manteiga. No meio da manhã, para espantar o sono, mais uma ou duas xícaras de café, adoçados com açúcar, óbvio. Entre 12 e 13 h… o almoço, geralmente acompanhado de bebida, um refrigerante.
Depois do almoço, um docinho para tirar o gosto da comida da boca. Como ninguém é de ferro, toma-se o chá da tarde, acompanhado de um pedaço de bolo. Antes do jantar uma caipirinha para abrir o apetite e após a refeição um sorvetinho para arrematar.
Se formos contar com o açúcar presente nos alimentos, o exemplo alimentar acima, comprova a constatação de que o brasileiro médio consome diariamente 50% a mais de açúcar do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde – OMS.
A Organização recomenda um consumo máximo de 12 colheres de chá/dia desse alimento, o que corresponde a 50g contra as 80 na dieta proposta acima.
Mas qual o impacto disso na vida das pessoas? A resposta nos leva a um caminho preocupante, o aumento da população obesa e portadora de diabetes tipo 2 .
Todos sabemos que a obesidade é pré condição para o desenvolvimento de várias doenças, dentre elas as cardiovasculares, tais como hipertensão e sobre-esforço cardíaco, que pode culminar num infarto.
O diabetes tipo 2, normalmente relacionado com a obesidade, é consequente resistência à insulina. Desse modo, a glicose, que deveria se tornar um combustível para as células do nosso organismo funcionarem de modo adequado, não entra nas células, ou seja o hormônio insulina não consegue promover essa ação e, como consequência, a glicose permanece nos vasos sanguíneos, circulando pelo nosso organismo, causando uma série de alterações em vários sistemas.
Dentre os sistemas afetados pelas alterações vasculares e pela resistência a insulina, o nervoso é o que sofre o maior impacto.
Enxergamos graças a uma série de células nervosas especializadas, localizada no interior de nossos olhos chamada retina. A alteração provocada pelas degenerações vasculares nessa região, a chamada retinopatia diabética tem como consequência maior a cegueira.
Segundo Ramon Cangas, da Academia Espanhola de Nutrição e Dietética, nosso cérebro consome consome 5,6 miligramas de glicose por cada 100 gramas de tecido cerebral por minuto, que se configura como uma necessidade muito alta. As alterações nos vasos do cérebro e a resistência a insulina impedem que esse consumo atinja esse nível com consequente alterações no sistema nervoso central e periférico.
As alterações do periférico são percebidas, por exemplo, como formigamentos nos membros ou alterações na marcha ou na habilidade de realizarmos tarefas com as mãos, decorrentes de alterações na motricidade ou no tato.
No sistema nervoso central as alterações mais significativas são as cognitivas, tais como alterações da memória e da atenção, condições que implicam em sérios riscos de acidentes. Com a evolução, as alterações do comportamento vão se acentuando, o quadro demencial, se acentuando, exigindo com que as pessoas portadoras desse problema precisem cuidados básicos de alimentação e higiene.
Segue então o alerta: vamos nos reeducar para uma alimentação mais saudável e mais pobre em açúcar.
A ingestão do açúcar ele estimula a produção de um hormônio chamado dopamina, e esse hormônio que é um neurotransmissor ele é responsável pela sensação de prazer e bem- estar, é por isso que as pessoas acabam descontando no açúcar e junto com o açúcar, a gordura por exemplo o chocolate. O chocolate é um dos grandes atrativos, ele tem o açúcar que libera a dopamina e tem também a gordura que libera a serotonina, são os dois hormônios que estão relacionados ao prazer.
Texto por Luiz Carlos Souza Sampaio | Médico Acupunturista
