Até que idade uma mulher pode engravidar utilizando os próprios óvulos?
- Redação Saúde Minuto
- 18/01/2025
- Saúde saúde da mulher
Especialista em reprodução humana explica como a preservação da fertilidade pode ser uma aliada para planejar a maternidade com segurança
A maternidade tem sido cada vez mais postergada, graças a inserção da mulher em ambientes de trabalho e pelo avanço da medicina, a opção de atrasar a idade de gestação. Segundo dados divulgados pelo IBGE em março deste ano, o número de mulheres que optaram pela maternidade somente após os 40 anos cresceu 65,7% em 12 anos. Também houve um aumento significativo entre mulheres de 30 a 39 anos, apresentando uma alta de 19,7%.
Contudo, a natureza impõe limites. De acordo com o Dr. Arnaldo Cambiaghi: “a mulher nasce com um estoque limitado de óvulos que, ao longo dos anos, diminui tanto em quantidade quanto em qualidade. Aos 35 anos, o declínio se torna mais acelerado e, por volta dos 50 anos, a capacidade de engravidar com os próprios óvulos praticamente se extingue”, explica o médico.
E uma solução para esse problema?
O congelamento de óvulos auxilia a oferecer às mulheres autonomia sobre suas escolhas reprodutivas. O procedimento consiste em coletar e armazenar óvulos em uma fase de maior fertilidade. Garantindo assim, que eles possam ser utilizados futuramente, mesmo após o declínio natural da reserva ovariana.
Aqui estão 5 dicas fundamentais para mulheres que desejam se preparar para esse procedimento:
- Conheça a sua reserva ovariana: antes de tomar qualquer decisão, é crucial avaliar sua saúde reprodutiva. Realize exames como o ultrassom transvaginal para avaliação dos folículos antrais e o teste de hormônio antimulleriano (AMH). Esses exames fornecem informações importantes sobre a sua reserva ovariana;
- Escolha o momento certo para preservar: a preservação dos óvulos é mais eficaz quando realizada antes dos 35 anos, período em que a qualidade dos óvulos ainda é mais alta. Contudo, mulheres com mais de 35 anos ainda podem optar por esse procedimento;
- Encontre profissionais e clínicas de confiança: com médicos especialistas em fertilização e preservação;
- Esteja preparada emocionalmente e financeiramente: a preservação dos óvulos envolve custos, desde os exames iniciais até a criopreservação em si. Além disso, o procedimento pode ser emocional desafiador, já que envolve a estimulação ovariana e a coleta dos óvulos. Por isso, é recomendado a procura por apoio psicológico durante o processo. Neste período, contar com o suporte de uma rede de apoio com familiares e amigos também pode fazer a diferença;
- Tenha consciência dos benefícios a longo prazo: ao congelar seus óvulos, você ganha mais liberdade para planejar sua maternidade no futuro, permitindo que você tome decisões mais alinhadas aos seus objetivos de vida.
“A preservação da fertilidade, por meio do congelamento de óvulos, oferece a possibilidade de planejar a maternidade no futuro, mesmo que a mulher não queira engravidar agora. Os óvulos de qualidade ficam preservados para uma eventual decisão futura, e, caso não haja mudança de ideia, ainda é possível doá-los a outras pessoas. Esse procedimento é uma decisão importante que deve ser tomada com informações claras e acompanhamento médico adequado”, explica o Dr. Arnaldo.
Texto por: Dr. Arnaldo Cambiaghi
Editado por: Rafaela Navarro | Redação Saúde Minuto