Como a baixa qualidade do ar afeta a sua pele
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- Rafaela Navarro
- 12/09/2024
- Beleza Beleza Minuto Dermatologia Poluição
Como a baixa qualidade do ar afeta a sua pele
A cidade de São Paulo é considerada a cidade com a pior qualidade do ar. Veja como isso afeta a sua pele e como se proteger.
Nesta segunda-feira (9), São Paulo alcançou o primeiro lugar no ranking das cidades com o ar mais poluído do mundo. A principal causa desta severidade, são as queimadas, agravadas pela baixa umidade e altas temperaturas.
Além dos malefícios para a saúde respiratória, a pele é outro órgão extremamente afetado por essas condições. O que pode causar na sua pele e o que você pode fazer para se proteger?
Efeitos do ar de baixa qualidade na pele
A Dra. Camila Sunahara, médica dermatologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que o ar de má qualidade pode causar vários problemas na pele. O ar seco e os altos níveis de poluição prejudicam a barreira cutânea, essencial para a proteção da pele. Isso compromete a capacidade da pele de reter água, resultando em ressecamento, sensibilidade e descamação. Aumentando o risco de irritações e alergias, já que a barreira cutânea também atua como defesa contra agentes externos.
Além do ressecamento, a poluição pode ter o efeito contrário, elevando a oleosidade da pele. A degradação da barreira cutânea pode levar a um desequilíbrio na produção de sebo, causando obstrução dos poros e surgimento de cravos e espinhas, além de agravar quadros inflamatórios de acne.
Os poluentes também elevam a produção de radicais livres, intensificando o processo oxidativo e agravando a inflamação cutânea. Isso pode piorar condições como rosácea e dermatite seborreica. A longo prazo, essa produção excessiva compromete o colágeno e a elastina, proteínas essenciais para a firmeza e elasticidade da pele, resultando em flacidez e rugas que causam o envelhecimento precoce da pele.
Principais cuidados
Hidratação sempre é a primeira indicação quando se fala de tempo seco e poluição, e nesse caso não seria diferente. Isso deve ser feito de duas maneiras: primeiramente, os hidratantes tópicos, como o ácido hialurônico, que ajudarão a recuperar a barreira cutânea fragilizada, protegendo contra agentes externos e reduzindo o ressecamento. Mas, o aumento da ingestão hídrica também é fundamental, já que os hidratantes tópicos isolados atuam apenas na parte mais superficial da pele.
Ademais, os poluentes deixam a pele mais sensível à radiação ultravioleta a deixando suscetível a queimaduras e insolação, por isso é necessário reforçar o uso de protetor solar com o fps mínimo sendo 30 e o ideal sendo 50/60, segundo a doutora. A proteção solar deve ser feita mesmo que não se vá sair de casa, mesmo em dias nublados e deve ser reaplicada durante o dia, idealmente a cada três horas, se tiver exposição direta.
O uso de antioxidantes auxiliam a minimizar o efeito oxidativo causado pela exposição aos raios solares. Alguns exemplos de oxidantes são a vitamina C, a niacinamida e o ácido ferúlico.
A limpeza adequada é o passo fundamental de toda skincare, principalmente quando se trata de poluição. Ela ajuda na remoção de sujidades que possam causar dano oxidativo na pele. Um sabonete suave que não provoque ressecamento é muito importante. A indicação da dermatologista Sunahara é que se dê preferência a sabonetes syndets, que são detergentes sintéticos formados por surfactantes suaves e se aproximam mais do pH da nossa pele.
Colaboração
Dra. Camila Sunahara
Dermatologista
Texto por Rafaela Navarro | Redação Saúde Minuto