O pulmão de um fumante pode se recuperar?
- Fabricio Colli
- 18/11/2024
- Pneumologia
Os danos causados pelo fumo ao corpo de um fumante são reversíveis?
Quando há o hábito de fumar, o pulmão do fumante pode ser lesado de maneira grave. Ao tragar um cigarro, a inalação da fumaça em temperaturas extremamente altas, contendo diversas substâncias tóxicas, inflamam as vias aéreas, causando bronquite crônica, produção de catarro e tosse. Ocorre, também, uma verdadeira destruição das áreas de troca gasosa, resultando em enfisema pulmonar, prejudicando a troca do oxigênio pelo gás carbônico e implicando em dificuldade para respirar. A longo prazo, ocorre um aumento na chance de desenvolvimento de câncer de pulmão.
Quando esses sintomas começam a aparecer, temendo maiores complicações de saúde, algumas pessoas abandonam o tabagismo. A expectativa é de que os danos causados não se agravem, mas existem também a esperança de certa recuperação das lesões já causadas pelo fumo.
Segundo a Dra. Maria Cecília Maiorano, pneumologista e especialista em Doenças das Vias Aéreas e Doenças Pulmonares Infecciosas, lesões causadas pelo cigarro podem ter algum grau de recuperação com a cessação do tabagismo. As melhoras percebidas são a amenização da tosse e produção de catarro, por conta da redução da inflamação brônquica. O enfisema, entretanto, é irreversível, e a única forma de interromper a progressão é parar de fumar; o que já foi lesado não tem recuperação. A partir do momento em que há destruição do tecido pulmonar (enfisema), não ocorre regeneração, mas tudo depende da extensão do enfisema.
“Após cessar o tabagismo, pode ocorrer melhora da tosse e da dificuldade para respirar em 2 semanas, pela redução na inflamação dos brônquios. Porém, mesmo parando de fumar, existe um risco aumentado de desenvolvimento de câncer de pulmão por até 15 anos”, explica a doutora.
Normalmente, as repercussões na saúde começam a se manifestar após 20 a 30 anos de tabagismo, mas tudo depende da carga tabágica, ou seja, da quantidade de cigarros consumidos diariamente. Quanto maior for o consumo de cigarros, de qualquer tipo (convencionais, eletrônicos, charutos, etc.), ao longo dos anos, maior será o risco de desenvolver doenças pulmonares. A gravidade da lesão e o tempo de recuperação variam bastante conforme as características genéticas e o nível de exposição.
A cessação do tabagismo pode, portanto, auxiliar na recuperação das inflamações pulmonares, tosse e dificuldades respiratórias, e tornar notórias as melhorias desses sintomas. O excesso do fumo, porém, pode causar danos irreversíveis, sim. O enfisema pulmonar e o câncer são os principais riscos inconversíveis do uso excessivo do cigarro.
Profissional consultada: Dra. Maria Cecília Maiorano, pneumologista e especialista em Doenças das Vias Aéreas e Doenças Pulmonares Infecciosas.
Texto por: Fabricio Colli | Redação Saúde Minuto | Editado por: Francisco Varkala
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