Botulismo, o que é, como se contrai e como se trata?
- Redação Saúde Minuto
- 27/09/2024
- Saúde Últimas notícias
Botulismo
Na segunda metade de setembro deste ano, foram confirmados 6 casos, incluindo 2 mortes decorrentes de botulismo na Bahia, levando as autoridades de saúde a decretarem estado de crise, já que em 2023 foram relatados somente 2 casos no ano inteiro. Mas o que é o botulismo? E como você pode se proteger dessa doença grave?
O que é?
O infectologista Dr. Marcelo Neubauer explica que o botulismo é uma doença sistêmica (que afeta uma série de órgãos ou tecidos, ou que afeta o corpo humano como um todo) provocada pela ingestão da toxina botulínica, a mesma que os dermatologistas usam para tratamento de rugas. A toxina botulínica é produzida por uma bactéria chamada Clostridium botulinum, que é anaeróbica, ou seja, não gosta de oxigênio. Essa bactéria normalmente cresce em situações de falta de oxigênio; assim, os alimentos mais perigosos são os embalados sem ar (conservas e enlatados).
Como identificar a presença da bactéria em produtos alimentícios?
Uma característica dessa bactéria é que ela produz muito gás; portanto, normalmente, uma lata contaminada está estufada. Um vidro de conserva pode estar cheio de espuma e, às vezes, a tampa também está estufada. A maneira mais comum de contaminação é a ingestão de alimentos com a toxina produzida pela bactéria
Como matar a bactéria que produz a toxina nos alimentos?
A bactéria contamina os alimentos por meio de esporos que produzem a toxina. Matar as toxinas pode evitar o adoecimento, mas a permanência dos esporos causa a produção recorrente de toxinas. Esses esporos são termo-resistentes (não se decompõem facilmente com calor) e podem sobreviver a horas em fervura (100 °C). No entanto, a exposição ao calor úmido a 120 °C durante 30 minutos mata os esporos. Enquanto isso, a toxina é termolábil, sendo destruída à temperatura de 80 °C por 10 minutos ou a 100 °C por 5 minutos.
Quais os sintomas após a contaminação?
O infectologista comenta que essa toxina se liga à transição entre os nervos e os músculos, desligando esses músculos e levando a um quadro de paralisia, com a musculatura ficando flácida. Normalmente, o paciente começa a ter fraqueza muscular progressiva e, dependendo da quantidade de toxina ingerida, pode ser grave o suficiente para paralisar inclusive a musculatura respiratória, podendo levar à necessidade de ventilação mecânica.
Como se trata?
A doença não tem tratamento, sendo considerada incurável. É necessário esperar que o paciente se recupere sozinho, já que o organismo demora alguns meses para eliminar a toxina e para a musculatura voltar a funcionar. Enquanto isso, é essencial manter o paciente em fisioterapia para tentar reduzir a atrofia da musculatura, que “certamente vai acontecer”, diz o doutor.
Existem alimentos que têm mais probabilidade de carregar a bactéria?
Como até pequenas quantidades da toxina podem causar consequências graves, existem alguns alimentos que requerem maior atenção para evitar a contaminação:
- Conservas: Principalmente vegetais, frutas e carnes.
- Alimentos enlatados: Se não forem processados corretamente.
- Mel: É contraindicado para crianças menores de 1 ano e para pessoas com problemas intestinais, pois pode conter esporos da bactéria que se fixam ao intestino. Sem a flora intestinal adequada, a pessoa pode acabar contraindo a doença.
Texto por Charlotte Chamouton| Redação Saúde Minuto
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