Entenda os espasmos que acontecem na hora de dormir
- Iara Machado
- 19/07/2025
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- Bem-estar Curiosidades Saúde
Você já teve a sensação de estar caindo logo antes de dormir e, de repente, seu corpo inteiro dá um tranco? Esses movimentos bruscos e involuntários são conhecidos como espasmos hípnicos, ou espasmos do sono. Apesar de assustarem, eles são extremamente comuns e, na maioria das vezes, inofensivos.
Segundo o neurologista Dr. Eduardo Estephan, do Hospital de Base de São José do Rio Preto e do Hospital Sírio-Libanês, esses espasmos ocorrem no momento de transição entre a vigília e o sono. “São movimentos abruptos, geralmente nas pernas ou braços, que acontecem logo no início do sono, quando as fases mais profundas ainda estão se instalando”, explica o especialista.
Um susto no meio do descanso
Esses espasmos podem vir acompanhados de sensações ou ilusões de queda. “O paciente pode sentir que está caindo ou ter uma sensação de flash, como um choque ou movimento repentino”, comenta o médico. Isso acontece devido a uma pequena instabilidade entre os sistemas do sono e da vigília, o que pode liberar sinais motores antes que o corpo esteja completamente desligado.
Um fenômeno comum e benigno
Estudos apontam que até 70% da população já experienciou espasmos do sono em algum momento da vida. Cerca de 10% dessas pessoas os vivenciam com frequência. “Na maioria dos casos, eles não são preocupantes”, afirma o Dr. Estephan. “Só se tornam um problema quando são muito recorrentes e acabam interferindo na qualidade do sono, levando à insônia.”
O que piora o quadro?
O neurologista também aponta fatores que podem agravar a ocorrência dos espasmos hípnicos: consumo excessivo de cafeína, nicotina, uso de telas antes de dormir e a própria insônia. “A privação de sono aumenta a chance desses espasmos aparecerem. É como um ciclo vicioso: a insônia piora os espasmos e os espasmos pioram a insônia.”
Quando procurar ajuda médica?
Apesar de benignos, em casos mais intensos os espasmos podem ser confundidos com outros distúrbios neurológicos, como a síndrome das pernas inquietas ou até crises epilépticas noturnas. Nesses casos, é importante buscar avaliação médica. O diagnóstico correto pode evitar confusões e indicar o melhor tratamento.
Higiene do sono é essencial
A recomendação principal, segundo o Dr. Eduardo Estephan, é investir na higiene do sono: criar uma rotina de descanso, evitar estimulantes à noite e reduzir o uso de telas antes de dormir. “Se o problema persistir, o médico pode prescrever medicações para aprofundar o sono e quebrar esse ciclo”, afirma.
Mas ele reforça: “Mais de 90% dos casos são benignos, não atrapalham o sono e não precisam de tratamento.”
Comment (1)
Giordano Tavares Lunardini
23 jul 2025Ótima matéria!! Parabéns para quem escreveu! Espero ver mais desta jornalista por aqui!