Especial Tabaco: A alternativa do Tabaco Aquecido
- Redação Saúde Minuto
- 16/08/2023
- Otavio Eboli Saúde
Proposta e desenvolvida por uma das gigantes da indústria do tabaco e seus derivados, os dispositivos de aquecimento de tabaco para inalação, são defendidos como uma forma de “redução de danos” para os tabagistas que desejam ter menor absorção das substâncias tóxicas liberadas na combustão do tabaco, que ocorre nos cigarros tradicionais.
Segundo o setor “técnico-cientifico” da Phillip Morris, o dispositivo aquece o tabaco a, no máximo, 350°C sem que ocorra a combustão e produção de fumaça (smoke), e com liberação menos intensa das cerca de 2.500 substâncias tóxicas detectada até agora. Mas elas não deixam de ser liberadas e, principalmente, continua entregando a nicotina, que é o elemento principal neste ramo de negócios , pois fideliza os clientes, que , cedo ou tarde caminharão para doses mais intensas e/ ou liberadores mais baratos.
Portanto a intenção da indústria é fornecer uma alternativa para consumir o tabaco ( digo, a nicotina) com menor teor de substâncias tóxicas agregadas, pois não há combustão, e sem o incomodo olfativo e as inconveniências sociais da produção da fétida fumaça do tabaco queimado a 600°C, nos cigarros e charutos.
Volto a enfatizar, como em artigos anteriores que os jovens ficam sob alto risco, pois terão o desejo de experimentar algo destinado “apenas para adultos”, que teoricamente faz “menos mal”, é discreto (sem fumaça e cheiro)…mas os inicia no consumo da poderosa nicotina. Então ao invés de trabalhar como uma forma de redução de danos, funciona como uma forma de criação de novos mercado emergentes para a perpetuação da indústria do tabaco, que ainda muito poderosa, já providenciou a liberação deste dispositivo no FDA americano e, quase como consequência natural na nossa ANVISA.
Vale aqui repetir o dado científico que suporta a ideia de que 75% dos integrantes de um grande gurpo adolescentes expostos de forma regular ao tabaco (fumando “de brincadeira”) por, ao menos, 4 meses, seguirão fumando regularmente por, pelo menos, 20 anos de suas vidas.
Texto por: Dr. Otavio Eboli / Cardiologista Intervencionista