Julho roxo: Conscientização sobre o Câncer de Bexiga
- Redação Saúde Minuto
- 13/07/2023
- Oncologia Saúde
Julho é mês de prevenção e conscientização sobre a doença
O câncer de bexiga é a neoplasia maligna originária das células que revestem a parede da bexiga. É um problema relativamente frequente no nosso meio, com estimativas de mais de 11 mil novos casos todos os anos no Brasil, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A doença é mais comum no sexo masculino, com aproximadamente 8 mil novos anuais em homens.
Os principais fatores de risco para o câncer de bexiga são tabagismo e exposição a compostos químicos, especialmente corantes e substâncias que estão presentes em combustíveis, como o benzeno.
A prevenção do câncer de bexiga pode ser feita através de hábitos de vida saudáveis, evitando o tabagismo ativo e passivo. Também deve-se evitar a exposição aos derivados de petróleo, como tintas e combustíveis diretos.
Sinais do câncer de bexiga e diagnóstico
Os principais sinais e sintomas do câncer de bexiga são a presença de sangramento na urina, desconforto ao urinar, alteração da frequência urinária e urgência para urinar.
Na presença de qualquer um desses sintomas, um médico deve ser consultado para investigação do caso e, consequentemente, permitir que o diagnóstico seja feito de forma precoce, aumentando as taxas de cura do paciente.
O diagnóstico é feito pelos exames de urina e de imagem e pela realização da cistoscopia. A cistoscopia nada mais é do que a introdução de uma câmera pelo canal da uretra, permitindo que se acesse o interior da parede da bexiga e visualize as suas camadas.
Caso tenha alguma lesão suspeita, deve-se proceder com a biópsia, ou seja, a retirada de um pequeno fragmento da área suspeita, para análise do patologista.
Uma vez que o diagnóstico foi confirmado, é preciso entender qual a profundidade da invasão. Se estivermos diante de um tumor superficial, que não comete a camada muscular, ele pode ser tratado com uma ressecção pela uretra, seguido de um tratamento adjuvante, normalmente feito com a vacina BCG dentro da bexiga.
Esse é um desafio, pois a BCG costuma estar em falta para a nossa população. Dessa forma devemos lutar para ter acesso à vacina, que é uma estratégia importante na redução do risco de recorrência do câncer de bexiga superficial.
Para aqueles tumores mais profundos, os tratamentos são baseados em esquemas de quimioterapia isolada seguida de cirurgia, ou quimioterapia com radioterapia definitivos.
E nos casos em que existe acometimento à distância, ou seja, nos casos de doença metastática, o tratamento é feito com a combinação de quimioterapia e imunoterapia.
O fundamental é alto grau de suspeição, prevenção e diagnóstico precoce, para que possamos juntos vencer o câncer de bexiga.
Abraão Dornellas | Oncologista Clínico no Hospital Israelita Albert Einstein e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer