Infarto: Por Que Tosse Não É Diagnóstico — Nem Cura
- Redação Saúde Minuto
- 13/05/2025
- Bem-estar Cardiologia Saúde
Diversos mitos podem circular, pela internet ou ‘boca a boca’, sobre sintomas e cuidados com o infarto. Saiba identificar os reais sinais e tratamentos
É muito comum a circulação de alguns mitos sobre os infartos e “conselhos” supostamente salvadores para emergências. Um dos mais populares, é a ideia de que tossir forte pode ajudar uma pessoa a “evitar um infarto” ou “manter o coração batendo” até a chegada do socorro. Outros ainda dizem que, se alguém consegue tossir, é sinal de que não está infartando.
Apesar de serem bem propagadas, essas informações não têm base científica confiável e podem atrapalhar (e até colocar vidas em risco) se forem seguidas ao invés de procurar atendimento médico imediato.
Se estou infartando, não consigo tossir?
Não é verdade que uma pessoa em que está infartando não conseguirá tossir. Na realidade, a tosse pode até ser um dos sintomas presentes durante um infarto, especialmente quando há complicações como o acúmulo de líquido nos pulmões. Uma condição chamada edema agudo de pulmão. “As principais causas do edema pulmonar agudo estão relacionadas a doenças cardíacas, e a mais comum é a insuficiência cardíaca congestiva. Quando o coração não consegue bombear sangue eficazmente, o sangue pode se acumular nos pulmões. Levando ao extravasamento de fluido para os tecidos pulmonares”, esclarece Dr. Rogério Porcionato, cardiologista.
Também é importante alertar que a tosse não descarta um infarto. Muitas pessoas conseguem falar, tossir ou até caminhar no início de um ataque cardíaco, especialmente em infartos mais silenciosos ou atípicos (comuns em mulheres e diabéticos).
Tossir forte durante um infarto pode salvar sua vida
Um dos “boatos” mais conhecidos é a ideia de que tosses fortes e repetidas (“tosse forçada”) ajudariam a manter o coração batendo durante um infarto. Essa informação vem de uma técnica chamada “cough CPR“, usada em contextos hospitalares sob monitoramento cardíaco e supervisão médica, como em casos de arritmias súbitas durante exames.
Em casos específicos de arritmia súbita, um médico ou enfermeiro pode orientar o paciente a tossir com força a cada um a três segundos, nos primeiros momentos do episódio. Porém, essa técnica não é eficaz para todos os casos e não substitui o tratamento médico adequado.
Especialistas alertam que, fora do ambiente hospitalar, essa manobra não é uma técnica recomendada e pode atrasar a busca por socorro, agravando o quadro.
Fonte consultada: Dr. Rogério Porcionato, cardiologista.
Texto por: Fabricio Colli | Redação Saúde Minuto