Conheça os passos para uma acupuntura segura
A acupuntura é uma prática milenar desenvolvida na China que vem evoluindo com o passar dos séculos. Em busca de efetividade, médicos de várias gerações, tanto na China quanto no Ocidente, têm desenvolvido as técnicas e o corpo teórico que conferem legitimidade à acupuntura como método de tratamento para diversas doenças.
Com o uso de diversos tipos de agulhas aplicadas em regiões específicas do corpo, ela pode ajudar a aliviar condições clínicas como enxaqueca, dores de cabeça inespecíficas, fibromialgia, insônia, dores musculares e articulares, TPM, cólicas menstruais, menopausa, endometriose, doenças inflamatórias intestinais, rinite, sinusite, bronquite, asma, doenças dermatológicas, ejaculação precoce, disfunção erétil, prostatite, infertilidade, transtornos psiquiátricos, obesidade, estresse, ansiedade, além de auxiliar no alívio dos efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia.
Apesar de sua longa história e eficácia, a acupuntura deve ser realizada com cuidados específicos para garantir a segurança do paciente.
De acordo com o Dr. Luiz Carlos Sampaio, médico acupunturista e presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura, embora o alívio dos sintomas que acompanham as doenças seja muitas vezes notado já na primeira sessão, é fundamental seguir alguns passos para garantir a eficácia e a segurança do tratamento.
1. Diagnóstico médico prévio
Antes de iniciar qualquer tratamento por acupuntura, é essencial que o paciente passe por uma avaliação médica completa. Isso ajuda a identificar a causa real do problema. “Muitas vezes, um paciente com dor nas costas pode achar que é algo muscular, mas, após uma investigação médica, pode-se descobrir uma doença mais grave, como um câncer. A falta de um diagnóstico correto pode atrasar o tratamento adequado e prejudicar a saúde do paciente”, alerta Dr. Sampaio.
2. Realizar o tratamento em um local adequado
A acupuntura deve ser realizada em clínicas que cumpram as normas de segurança e higiene exigidas pelos órgãos responsáveis, como a Vigilância Sanitária. “Clínicas bem estruturadas garantem maior segurança e têm condições de fornecer o suporte necessário em caso de intercorrências”, explica o médico.
3. Certificar-se da qualidade das agulhas
As agulhas utilizadas na acupuntura, independentemente do tipo, devem ser descartáveis, nunca reutilizáveis. A procedência das agulhas é um fator essencial para evitar riscos à saúde do paciente. “O uso de agulhas inadequadas ou reutilizadas pode causar infecções e outros problemas”, destaca Dr. Sampaio.
4. Acompanhamento médico
A acupuntura é, em praticamente todas as doenças, um tratamento em série, ou seja, sua eficiência e efetividade dependem do número de sessões, que varia conforme a doença ou as condições do paciente. Qualquer doença em um paciente em boas condições de saúde tem um prognóstico mais favorável e uma resposta terapêutica mais breve, quando comparado com um paciente debilitado. Portanto, em cada retorno para uma nova sessão, o médico deve avaliar as condições clínicas do paciente para manter ou readequar a estratégia terapêutica. As técnicas empregadas requerem precisão e são fundamentais na escolha e colocação das agulhas. Por isso, é imprescindível que sejam realizadas por profissionais qualificados, a fim de evitar complicações, como perfurações em órgãos ou outros acidentes graves.
5. Garantir a formação e experiência do profissional
Ao contrário do senso comum, a aplicação das agulhas deve ser feita de maneira cuidadosa, no local correto e com a profundidade exata. Apenas médicos acupunturistas, com formação e experiência na área, estão aptos a realizar a técnica com segurança, evitando riscos à saúde do paciente.
A acupuntura realizada por médicos no tratamento de doenças é uma prática segura e eficaz, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, como qualquer outro tratamento, deve ser feita com responsabilidade para garantir os melhores resultados na recuperação da saúde do paciente ou na manutenção de uma boa qualidade de vida para pacientes crônicos.
Texto por: Dr. Luiz Carlos Sampaio, médico acupunturista e presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).