O que você precisa saber sobre o câncer de ovário
- Redação Saúde Minuto
- 10/05/2023
- Saúde Suelen Martins
Os ovários são órgãos do sistema reprodutor feminino, localizados na região pélvica, e responsáveis pela produção dos hormônios sexuais, como estrogênio e progesterona. As alterações celulares neste órgão podem causar neoplasias malignas dos ovários, sendo os mais comuns os tumores epiteliais.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de ovário é o segundo tipo de tumor ginecológico mais comum no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de colo do útero. No entanto, é o mais letal entre os tumores ginecológicos, o que nos alerta a realizar diagnósticos precoces que aumentam a chance de cura.
Não existe uma causa específica para este câncer, porém há fatores de risco bem conhecidos, como: história familiar positiva de câncer de ovário e mama, primeira menstruação precoce (antes dos 12 anos), menopausa mais tardia (após 50 anos), ausência de história de gravidez ao longo da vida, uso de terapia de reposição hormonal, tabagismo, obesidade e alterações genéticas conhecidas como BRCA1-2.
Na doença inicial, raramente apresenta sintomas. Estes ocorrem na doença mais avançada e se constituem por sinais e sintomas não específicos de câncer de ovário, ou seja, que podem ser confundidos com vários outros diagnósticos, como: sensação de inchaço abdominal, dor abdominal, aumento do volume abdominal, obstipação intestinal, alteração urinária, entre outros.
Infelizmente, não há disponível uma recomendação para rastreamento precoce deste câncer visto pouco impacto na mortalidade. Por isso, a importância de estar em dia com os exames ginecológicos para que o diagnóstico precoce possa ser realizado.
O tratamento depende da extensão da doença ao diagnóstico e inclui a cirurgia de remoção dos ovários, trompas e útero, além de linfonodos abdominais. Os exames complementares de imagem ajudam a programação da cirurgia e dos tratamentos subsequentes, como tomografia, ressonância magnética e marcadores tumorais, como CA125.
Após a cirurgia, temos a confirmação do tipo do câncer de ovário, sendo mais comum o carcinoma epitelial seroso de alto grau. A quimioterapia pode ser indicada para complementar o tratamento, assim como um tratamento de manutenção, em certos casos, como inibidores de VEGF e inibidores da PARP.
Um ponto extremamente importante é a pesquisa genética em todas as pacientes diagnosticadas com este tumor. Este teste já tem aprovação pelo ROL da ANS, porém infelizmente não está disponível no sistema público. Ele permite detectar mutações genéticas conhecidas e assim permitir o aconselhamento genético através de prevenções personalizadas para cada caso. Além disso, há medicações para pacientes com estas alterações, ampliando assim as oportunidades de tratamentos.
Texto por Dra. Suelen Martins | Oncologista