A musculação de homens e mulheres deve ser diferente?
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- Redação Saúde Minuto
- 22/07/2024
- Bem-estar qualidade de vida Saúde
Particularidades existem, mas não limitam a prática em nenhum grau.
Que todos podem se beneficiar da musculação não há dúvidas. Mas será que existem diferenças significativas na maneira com que ela deve ser praticada por homens e mulheres? Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército analisou as particularidades dos dois sexos e deu direcionamentos importantes para a montagem de programas de treinamento.
Utilizando uma base de dados composta por estudos publicados em bibliotecas científicas conceituadas, como a Medline e a PubMed, o trabalho identificou diferenças sensíveis na fisiologia e na funcionalidade dos organismos de homens e mulheres.
“Estudos têm demonstrado que a fadiga da musculatura periférica em função do exercício é maior nas mulheres do que nos homens. Em relação à força muscular absoluta, a da mulher média é 63,5% da força do homem. Já em relação à capacidade aeróbica, a diferença em valores absolutos no consumo máximo de oxigênio é de aproximadamente 30%”, apontaram os pesquisadores Marcos de Sá Rego Fortes, Runer Augusto Marson e Eduardo Camillo Martinez.
O mesmo trabalho compilou, no entanto, resultados de pesquisas que concluíram que as mulheres respondem de maneira mais acentuada a programas de musculação contínuos com duração a partir de 8 semanas. Segundo a publicação, isso mostra, em resumo, que as diferenças naturais entre os sexos podem ser reduzidas por meio da prática consistente do treinamento físico.
Para o treinador da Smart Fit, Bruno Silva, os achados científicos reforçam um elemento para o qual os profissionais de educação física já se atentam há muito tempo: a necessidade de observar as particularidades de cada aluno.
“O que existe é definição de treinamentos pensando na individualidade biológica e na capacidade física daquele momento de cada pessoa (…) Diante disso, se ajusta a carga adequada, a intensidade e os exercícios específicos a serem realizados”, afirmou Silva.
O treinador destaca, no entanto, que essas particularidades não devem alterar questões de base da modalidade, como a necessidade de trabalhar o corpo como um todo, evitando, por exemplo, acreditar em mitos como o de que ‘os homens devem treinar mais os membros superiores, enquanto o foco das mulheres tem de estar nos inferiores’.
“Os músculos, tanto de membros inferiores quanto de superiores, são os mesmos nos homens e nas mulheres e, sendo assim, merecem a devida atenção quando se fala de movimento e exercício”, alertou, reforçando que o impacto desse trabalho completo vai muito além da estética e é fundamental para ajudar homens e mulheres a serem mais saudáveis e funcionais nas atividades do dia a dia.
Texto por Bruno Silva | Redação Saúde Minuto