Câncer Infantojuvenil A importância do diagnóstico precoce e os novos tratamentos de sucesso
- Redação Saúde Minuto
- 12/09/2023
- Oncologia Saúde
No Brasil, todo ano, 12 mil crianças são diagnosticadas com algum tipo de câncer. Esse número do INCA (Instituto Nacional do Câncer) mostra a importância de pais, parentes e responsáveis estarem atentos aos sinais incomuns que possam estar afetando os “pequenos”.
Os principais sintomas de câncer em crianças e jovens são perda de peso inexplicável, dores de cabeça e vômitos persistentes, aumento de volume ou dor em ossos ou articulações, aumento de volume ou dor na região abdominal, pescoço ou outros locais, pupila esbranquiçada ou alterações visuais, febre persistente sem causa definida, hematomas pelo corpo ou sangramentos, cansaço e palidez.
As crianças podem ser afetadas por uma gama de tumores, porém os mais frequentes são as leucemias, os tumores de sistema nervoso central e os linfomas. Diferente dos cânceres em adultos, os tumores infanto-juvenis estão, quase em sua totalidade, relacionados a mutações dos genes e não sofrem com fatores externos, que tendem a ser uma parcela das explicações para o diagnóstico em pessoas mais velhas.
Por conta desses fatores genéticos, as mutações e proliferações tendem a ser mais rápidas, porém a resposta a tratamentos, como a quimioterapia, é melhor e mais eficaz. O diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento com alta eficácia. Atualmente, 80% dos casos são curados quando identificados no começo.
Algumas novas opções terapêuticas como a terapia alvo e imunoterapia, se mostraram promissoras no tratamento de alguns tipos de cânceres infantis.
A tecnologia CAR-T utiliza células do sistema de defesa, chamados linfócitos T, como alternativa ao tratamento principalmente nos casos de linfoma difuso de grandes células B e leucemia linfoide aguda recidivados ou refratários.
A oncogenética, área de estudo da oncologia que analisa os fatores genéticos no desenvolvimento de tumores, também está presente na análise em crianças e, principalmente, no monitoramento precoce. Contudo, ter familiares que apresentaram a doença não significa que o câncer irá necessariamente se desenvolver.
Dois sinais indicam que um câncer pode ser hereditário: quando várias pessoas da mesma família apresentam e quando pessoas jovens desenvolvem a doença.
O câncer hereditário ocorre frequentemente de forma mais precoce, por isso se recomenda a realização de rastreamento frequente em pessoas mais jovens com antecedentes de câncer hereditário na família.
Uma Síndrome Hereditária chamada Li- Fraumeni, é causada por uma mutação genética que aumenta consideravelmente o risco de câncer. Uma vez descoberta a Síndrome, outros familiares devem fazer acompanhamento para investigação por meio de exames e do sequenciamento do gene TP53.
O futuro das crianças com câncer também é de monitoramento constante, já que indivíduos com história de câncer na infância apresentam maior risco de desenvolver um segundo câncer em relação a população normal. Porém, as taxas de recorrência variam amplamente entre os tipos de câncer e dentre os tipos, de acordo com estágio, características do tumor, fatores genéticos, fatores relacionados ao paciente e tratamentos.
Texto por: Dra. Regina Pukenis – Oncologista Pediátrica