Halitose: 10 dicas para evitar essa condição oral.
- Redação Saúde Minuto
- 25/05/2023
- Odontologia Saúde
A halitose é um sintoma constrangedor com significativo impacto social. Ela afeta milhões de pessoas ao redor do mundo e muitos recursos são investidos em produtos para a melhora do hálito.
Pode ser dividida em: fisiológica ou patológica sendo a fisiológica aquela sentida ao acordar, causada pela diminuição da saliva, decomposição das bactérias bucais durante o sono, ou jejum prolongado, dietas descontroladas, hábitos ou alimentação inadequada.
A forma patológica pode ser de origem intra ou extra bucal. Apesar de ser comumente associada ao estômago, na maioria dos casos, a causa está na própria língua, que possui papilas que levam informações ao cérebro com o intuito de reconhecer o sabor dos alimentos. Entre elas, há pequenas criptas onde se acumulam restos de alimentos e células que descamam do epitélio lingual. Esse depósito serve de meio de cultura para bactérias que, quando fermentam, liberam substâncias ricas em enxofre e compostos sulfurados, provocando mau hálito.
Segundo a literatura, a halitose proveniente da cavidade oral é a mais comum, são 80 % dos casos, provenientes da saburra lingual, gengivite e/ou periodontite. Outras causas de origem local podem ser: presença de cáries, placa bacteriana, língua fissurada, peças protéticas mal adaptadas, xerostomia, doenças Peri-implantares (implantes), doenças gengivais, aftas e machucados, alterações da saliva.
No entanto, há uma pequena parcela dos casos que pode estar associada a doenças sistêmicas, como deficiências renais ou hepáticas, diabetes, sinusite, problemas respiratórios e amígdalas inflamadas.
Em geral, quem tem mau hálito não se dá conta do problema. Isso porque o nariz se acostuma com o cheiro produzido pelos compostos sulfurados.
Segue 10 dicas básicas para se evitar e/ou tratar a halitose:
- A remoção mecânica da saburra de língua com escovas de dente e/ou raspadores de língua;
- Uso de fio dental diariamente e intensificação da higiene oral;
- Respeitar o intervalo de 15 a 20 minutos após as refeições para realizar a higiene oral, pois antes desse intervalo, nosso estômago ainda não identificou que o processo de digestão acabou e segue enviando enzimas digestivas ácidas para degradação do bolo alimentar. Dessa forma, a boca está ácida fazendo com a saliva não atinja seu máximo potencial protetivo.
- Intervenção química com o uso de enxaguatórios antimicrobianos sem álcool que contenham, por exemplo, clorexidina (reduz as bactérias produtoras de compostos sulfurados na língua);
- Consultas preventivas em dia para que em caso de halitose oriunda de processos cariosos, inflamação gengival, questões relacionadas a próteses mal adaptadas, presença de tártaro, possam ser tratadas;
- A ingestão de fibras também ajuda na limpeza do dorso da língua e aumentam o fluxo salivar;
- Chicletes sem açúcar aumentam a salivação e podem ajudar a melhorar a halitose. No entanto, deve-se evitar chicletes com açúcar, que alimentam a placa bacteriana na boca e provocam maior fermentação. Balas, contudo, só disfarçam o odor;
- Em caso de origem sistêmica, o paciente deve ser encaminhado para um especialista na área.
- Evitar cigarros, tabaco, charutos e os mais recentes vapers, pois os odores dos fumantes são provenientes dos pulmões, ou seja, são exalados pelas vias aéreas e chupar balas não vai resolver.
- Por ultimo, lembre-se, caso você esteja passando por esse problema, procure ajuda, pois a vergonha é a maior aliada do mau hálito.
Texto por: Dra. Ana Carolina Capp | Odontopediatra