Herpes: Conheça os tipos da doença, sintomas e os tratamentos
- Redação Saúde Minuto
- 09/08/2023
- Infectologista Raquel Muarrek Video
O que é ?
O herpes é uma infecção causada pelo Herpes simplex virus.
O contato com o vírus ocorre geralmente na infância, mas muitas vezes a doença não se manifesta nesta época. O vírus atravessa a pele e, percorrendo um nervo, se instala no organismo de forma inativa, até que venha a ser reativado.
A reativação do vírus pode ocorrer devido a diversos fatores desencadeantes, tais como: exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções que diminuam a resistência orgânica. Algumas pessoas têm maior possibilidade de apresentar os sintomas do herpes
Como se manifesta:
As localizações mais freqüentes são os lábios herpes tipo 1 e a região genital mais herpes tipo 2, mas o herpes pode aparecer em qualquer lugar da pele. Uma vez reativado, o herpes se apresenta da seguinte forma: inicialmente pode haver coceira e ardência no local onde surgirão as lesões; a seguir, formam-se pequenas bolhas agrupadas como num buquê sobre área avermelhada e inchada; as bolhas rompem-se liberando líquido rico em vírus e formando uma ferida. É a fase de maior perigo de transmissão da doença; a ferida começa a secar formando uma crosta que dará início à cicatrização; a duração da doença é de cerca de 5 a 10 dias.
Os seguintes cuidados devem ser tomados durante o aparecimento herpes:
O tratamento deve ser iniciado tão logo comecem os primeiros sintomas, assim apresenta com menor intensidade e duração; evite furar as vesículas; evite beijar ou falar muito próximo de outras pessoas, principalmente de crianças se a localização for labial; evite relações sexuais se a localização for genital; lave sempre bem as mãos após manipular as feridas pois o vírus pode ser transmitido para outros locais de seu próprio corpo, especialmente as mucosas oculares, bucal e genital.
A maioria dos quadro herpéticos depende da condição imunológica do paciente, podendo apresentar recorrência na população geral, em torno de 15 % das pessoas irão apresentar vários episódios/ ano , 45 % das pessoas irão apresentar 2 a 3 x ao ano e apenas 40 % terão apenas uma infeção sem recorrência.
tipos de herpes
Oito tipos de herpes-vírus infectam seres humanos, dois dos quais são vírus herpes simples (HSV). Ambos os tipos de herpes-vírus simples, HSV-1 e HSV-2, podem causar infecção oral ou genital. Com mais frequência, HSV-1 provoca gengivoestomatite, herpes labial e queratite por herpes. HSV-2 geralmente causa lesões genitais. A transmissão do HSV ocorre por meio de contato íntimo com um indivíduo que está transmitindo ativamente o vírus. A transmissão viral se dá a partir de lesões, mas
pode ocorrer até mesmo quando estas não são aparentes. Após a infecção inicial, o HSV permanece dormente em gânglios nervosos dos quais pode emergir periodicamente, ocasionando os sintomas. Erupções herpéticas recorrentes são precipitadas por exposição excessiva à luz solar, doença febril, estresse físico ou emocional, imunossupressão e estímulos desconhecidos
Avaliação clínica
– Às vezes, confirmação laboratorial, reação em cadeia da polimerase (PCR) do líquido cefalorraquidiano (LCR) e RM para encefalite por HSV. O diagnóstico da infecção por HSV é frequentemente clínico com base nas lesões características. A confirmação laboratorial pode ser útil, em especial quando a infecção for grave, o paciente for imunocomprometido ou uma mulher gestante ou as lesões forem atípicas. O diagnóstico definitivo é feito com cultura, soroconversão envolvendo o sorotipo apropriado (em infecções primárias) ou PCR e detecção de antígeno. Secreções e material para cultura devem ser obtidos de uma vesícula ou da base de uma lesão ulcerada recente. O HSV, às vezes, pode ser identificado por meio de imunofluorescência direta em raspagem de lesões.
Deve-se diferenciar HSV de herpes-zóster, que raramente recorre e costuma provocar dor mais intensa e grupos maiores de lesões que são distribuídas ao longo de um dermátomo e tipicamente não cruzam a linha média. Agrupamentos de vesículas ou úlceras em uma base eritematosa são incomuns em úlceras genitais além daquelas por causa de infecção por HSV.
Em pacientes com infecções por herpes que recorrem com frequência, que não se curam ou que não respondem a fármacos antivirais como esperado, deve-se suspeitar de imunocomprometimento e sempre investigar infecção pelo HIV.
tratamento
Em geral, aciclovir, valaciclovir, ou fanciclovir. Tratar infecção primária por HSV com fármacos, mesmo que precocemente, não previne a possibilidade de recorrência. Sempre com ajuda de um especialista para fazer e orientar o melhor caminho.
Entenda a diferença entre herpes labial, genital e zóster
Herpes quase sempre nos lembra as pequenas bolhas em torno dos lábios que incomodam pela vermelhidão, ardência e coceira e pelo constrangimento. Mas esse é apenas um dos tipos da doença, causada por um vírus que parece banal, mas pode evoluir se não tratada.
o herpes labial, genital e zóster são provocados por uma classe de vírus chamada herpes vírus humanos (HSV), mas apesar de apresentarem mecanismos de ação semelhantes, eles guardam diferenças clínicas importantes. O herpes simples tipo 1 está associado, principalmente, ao herpes labial, da mucosa oral e da face. Já o herpes simples tipo 2 está mais ligado ao herpes genital.
Entretanto, há casos de herpes labial associado ao herpes simples tipo 2 e vice-versa. Já o herpes zóster é uma doença mais grave, sem relação com o herpes simples, sendo provocada pelo vírus Varicella zoster, o mesmo da catapora.
Herpes labial tem incidência de 20% a 40% da população mundial apresenta herpes labial recidivante e alguns doentes podem apresentar vários surtos de infecções durante o ano. “Acredita-se que 90% dos adultos apresentem sorologia positiva para o herpes simples tipo 1 (HSV-1)”,
herpes genital são pequenas as alterações genéticas que diferenciam o vírus que causa o herpes genital daquele que provoca o labial. os vírus do herpes são, inclusive, de famílias diferentes. A incidência do vírus causador do herpes genital muda de um lugar para o outro. Há pessoas que não manifestam os sintomas e outras que têm crises recorrentes, com a formação de lesões bem características nos genitais. Um exame de sangue é capaz de identificar quem está infectado pelo vírus, mesmo quando não há sintomas. A transmissão pode ocorrer no sexo oral, anal, na penetração vaginal, principalmente se o sexo for feito sem preservativo, as lesões em que a quantidade de vírus é muito grande facilitam a transmissão. Mas o vírus não está apenas nas lesões, pode estar presente também nas secreções genitais. Gestantes portadoras de herpes genital podem contaminar o recém nascido durante o parto, determinando sequelas neurológicas e oftalmológicas extremamente graves, às vezes irreversíveis.
herpes zoster mais comum entre idosos, o herpes zóster é uma consequência tardia da catapora, já que é causado pelo menos vírus. o Varicela zoster continua adormecido em nosso organismo, estável, próximo à região dos gânglios do sistema nervoso. “A partir dos 50 anos, o organismo passa por um processo chamado imunossenescência, que é o envelhecimento do sistema imunológico. Algumas funções se perdem nesse processo, uma delas a de manter a vigilância sobre o vírus, que corre o risco de ser reativado. Quando isso ocorre, o vírus causa uma lesão de pele, de aspecto linear, já que segue o trajeto do nervo. “É uma lesão avermelhada, com vesículas e uma dor muito forte, já que o que dói é o nervo, e não as lesões”, explica. O herpes zóster tem mais efeito sobre a qualidade de vida porque pode evoluir para dor crônica, mas se um nervo mais importante for atingido, como o nervo óptico, as complicações podem levar à perda da visão. A vacina que diminui o risco de herpes zóster em até 60% pode também diminuir em até 70% a evolução pra dor crônica. “A população pode se vacinar a partir dos 50 anos, mas principalmente depois dos 60. Um em cada três idosos pode ter herpes zóster”,
Pacientes com crises recorrentes ou severas podem recorrer às drogas antivirais para inibir a replicação do vírus e, assim, diminuir o tempo e a intensidade da infecção. Porém, os medicamentos anti-herpéticos têm uma ação limitada no controle das recidivas e o uso frequente pode determinar casos de resistência viral.
Texto por Dra Raquel Muarrek | Infectologista