Quais são as alergias mais comuns entre os brasileiros
- Redação Saúde Minuto
- 08/05/2025
- Saúde
Veja o que está por trás das alergias mais frequentes e como elas se manifestam
Você sabia que milhões de brasileiros convivem diariamente com algum tipo de alergia? Seja uma reação a alimentos, poeira, picadas de inseto ou até mesmo ao frio, as alergias estão entre os problemas de saúde mais recorrentes no país. Elas podem parecer simples incômodos, mas em muitos casos exigem atenção especial e acompanhamento médico.
Tipos mais comuns
No Brasil, as alergias mais comuns entre a população estão relacionadas principalmente ao ambiente, à alimentação e a medicamentos. O principal destaque vai para a rinite alérgica, uma alergia respiratória que atinge cerca de 30% da população brasileira têm rinite, conforme estimativa compartilhada pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), principalmente em áreas urbanas com grande poluição. A rinite pode ser causada por ácaros da poeira, mofo, pólen e pelos de animais. Juntas a ela, estão a sinusite alérgica e a asma alégica que podem ser causadas por fatores semelhantes.
Alergias respiratórias
Uma alergia respiratória, pode parecer inofensiva no início, mas alguns sinais indicam risco de evolução para asma. Os principais sinais são: tosse persistente, especialmente à noite ou ao esforço físico; chiado no peito; sensação de aperto no tórax e falta de ar.
“ Quando esses sintomas começam a aparecer com frequência, é fundamental procurar um alergista, porque a asma é uma doença inflamatória crônica e quanto mais cedo for diagnosticada, melhor o controle”, informa a médica alergista, Dr.ᵃ Mariana Rosa.
Alergias alimentares
As alergias alimentares, mais comuns em crianças, também podem exigir grande atenção. Isso ocorre porque podem evoluir para quadros graves de choque anafilático, mas podem ser evitadas ao retirar o alimento causador da alergia da dieta. Em casos graves, pode ser necessária uma injeção de adrenalina (epinefrina).
“A anafilaxia é uma reação alérgica grave, rápida e potencialmente fatal, que pode acontecer em pessoas com alergia alimentar. Pode ocorrer com qualquer alimento, mas os mais comuns são: leite, ovo, soja, amendoim, castanhas, frutos-do-mar e trigo, mesmo pequenas quantidades desses alimentos podem desencadear a reação”, explica a especialista.
Segundo a Dr.ᵃ Mariana, os sintomas da anafilaxia podem incluir:
- Na pele e mucosas: urticária (placas vermelhas que coçam), inchaço nos lábios, olhos ou língua, e vermelhidão.
- No sistema respiratório: tosse contínua, chiado no peito, dificuldade para respirar, rouquidão ou sensação de “garganta fechando”.
- No sistema cardiovascular: tontura, sensação de desmaio, queda da pressão arterial.
- No sistema gastrointestinal: dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia.
Esses sintomas geralmente aparecem minutos após a ingestão do alimento, mas em alguns casos podem demorar até duas horas. Quando há sintomas em mais de um sistema do corpo (como pele e respiração, ou pele e digestivo), é sinal de que a reação é sistêmica e grave. Um diagnóstico bem definido, exclusão dos alimentos causadores e um bom plano de ação em crises podem salvar vidas.
Alergia a picadas de insetos
Outro tipo de alergia que pode implicar em graves complicações são as alergias a picadas de insetos. Reações alérgicas a picadas de abelhas, vespas ou formigas, que podem variar de leves a graves. O veneno injetado pela picada pode causar sintomas como inchaço local, coceira, urticária; em casos graves, anafilaxia com risco de morte.
Alergia a medicamentos
Muitas pessoas podem ter reações alérgicas a medicamentos como anestésicos, anti-inflamatórios ou penicilina. Trata-se de uma reação anormal do sistema imunológico a um medicamento. Diferente de efeitos colaterais ou da toxicidade induzida por fármacos, a alergia medicamentosa pode se manifestar de forma leve a grave e, em casos raros, ser fatal
Dermatite atópica e dermatites de contato
A dermatite atópica é uma condição inflamatória crônica da pele que causa coceira, vermelhidão, ressecamento e lesões, muito comum em crianças e está relacionada a predisposição genética. Já a dermatite de contato ocorre após exposição a substâncias como níquel (bijuterias), perfumes, produtos de limpeza, entre outros, ela pode se manifestar por meio de coceira, vermelhidão, inchaço, descamação e, em casos mais graves, bolhas.
Tratamento
A imunoterapia com alérgenos, também conhecida como “vacina de alergia”, pode ser uma alternativa indicada para o tratamento da rinite alérgica, asma alérgica, dermatite atópica e alergia a picadas de insetos como abelhas e vespas. Esse é considerado o único tratamento capaz de modificar a história natural da doença, promovendo a remissão dos sintomas e, principalmente, prevenindo a progressão para quadros mais graves, ou seja, ela não trata apenas os sintomas, mas atua diretamente na causa, interrompendo a evolução da doença alérgica
Nos últimos anos, tivemos importantes avanços nesse tipo de tratamento. Hoje, além da forma subcutânea tradicional (com aplicações no consultório), também existe a possibilidade da imunoterapia por via sublingual, que pode ser feita em casa, oferecendo mais comodidade e segurança para o paciente, especialmente em crianças. “Outro avanço relevante é a personalização do tratamento: os esquemas são ajustados de forma individualizada, levando em conta os alérgenos específicos que sensibilizam cada paciente, além da intensidade dos sintomas”, diz a médica alergista sobre as estratégias de transformação do curso da doença alérgica, com impacto direto na qualidade de vida do paciente.
Fonte: Dr.ᵃ Mariana Rosa, médica alergista, membro da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
Texto por: Fabricio Colli