Saiba como os ultraprocessados podem impactar a Saúde
- Redação Saúde Minuto
- 16/07/2024
- Nutrição Saúde
Os ultraprocessados são tão amplos na indústria alimentícia que devemos alertar cada vez mais sobre os malefícios que podem causar para a saúde, interferindo no bom funcionamento do organismo. Mas o que são os ultraprocessados? São produtos formulados com ingredientes por meio de uma série de técnicas e processos industriais. Ao grosso modo, não são alimentos, mas derivados de alimentos que, devido ao processo químico, levaram à perda dos nutrientes. E para se tornarem de fácil paladar e falsos “saciadores” do apetite, têm em sua composição corantes, aromatizantes, emulsificantes e outros aditivos.
Os principais ultraprocessados são: refeições congeladas, salgadinhos de pacote, refrigerantes, sucos de caixinha, bebidas saborizadas artificialmente, biscoitos recheados, sorvete, embutidos, barras de cereais, macarrão instantâneo, sopas de pacote e enlatados. Para a nutricionista clínica especialista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carolina Queiroga, nunca é demais ressaltar os danos que podem causar para a saúde, além do impacto sócio-cultural na vida em sociedade. O padrão cultural da alimentação saudável é afetado com o consumo regular desse tipo de alimento. “Influenciados negativamente pelo fator praticidade, o apelo visual em embalagens coloridas e a propaganda atraente nas mídias, esses produtos alimentares fazem parte da rotina de pessoas no mundo inteiro. Mas os processados não podem substituir uma importante refeição como almoço e jantar, e muito menos os ultraprocessados”, alerta a especialista.
Ela aponta os principais malefícios relacionados ao consumo de alimentos ultraprocessados:
Ganho de peso e desequilíbrio alimentar: Ganho de peso com o consumo excessivo de calorias, devido ao acúmulo de gordura, açúcar e sódio em sua composição, favorecendo uma alimentação desequilibrada sem os nutrientes necessários. Por causa da grande quantidade de ingredientes como sal, açúcar, gorduras, corantes e aromatizantes, os ultraprocessados não têm valor nutricional relevante. Além disso, leva ao baixo consumo de alimentos in natura como frutas, legumes, cereais, leite, proteínas e até água. A base de uma alimentação balanceada é simples, mas eficaz: ingredientes como óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades, alimentos processados consumidos com moderação e os ultraprocessados totalmente evitados.
Impacto na saúde e riscos associados: Aumento da incidência de doenças do coração, diabetes e vários tipos de câncer e déficit nutricional. Pesquisas científicas revelaram que o consumo desse tipo de produto prejudica a qualidade da dieta e aumenta o risco de desenvolver diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, câncer, depressão, ansiedade, distúrbios gastrointestinais, renais, entre outros.
Efeitos no sistema digestivo e artificialidade: Atuam no processo digestivo, dando a falsa sensação de saciedade, ao subestimar as calorias ingeridas, o que leva ao aumento desnecessário delas. Como existe um estímulo para o consumo em excesso, os ultraprocessados podem impactar o sistema cerebral e estimular o vício. Devido ao padrão de artificialidade, a quantidade excessiva de sal, gordura e açúcar gera o aumento da “hiperpalatabilidade”, que é o sabor momentaneamente agradável ao paladar.
Impactos ambientais e confusão no consumidor: A quantidade de agrotóxicos e fertilizantes químicos utilizados na produção dos ultraprocessados pode causar danos ao meio ambiente, colocando em risco a sustentabilidade do planeta. As embalagens não são biodegradáveis e seu uso promove o descarte de resíduos na natureza e poluição ambiental.
Confundir o consumidor com os produtos nas prateleiras do supermercado, com opções “light” ou “diet” que possuem aditivos e conservantes. Por isso, é importante atenção redobrada na lista de ingredientes no rótulo. Uma lista longa com nomes estranhos provavelmente indica que se trata de um ultraprocessado. Os alimentos reais são substituídos por aditivos cosméticos, que dão cor, sabor, aroma e textura ao alimento. Entre eles, estão os corantes, emulsificantes e aromatizantes, como os biscoitos recheados de morango, um clássico.
Texto por Dra. Carolina Queiroga – Nutricionista | Redação Saúde Minuto