5 alimentos que um bebê não pode consumir até 1 ano
- Redação Saúde Minuto
- 21/07/2023
- Endocrinologista Karine Risério Saúde
Antes dos 6 meses de criança, a única fonte de alimento dos bebês deve ser o leite materno ou, na impossibilidade do aleitamento materno, a alternativa segura para a nutrição do bebê são as fórmulas infantis. A partir dos 6 meses, atendendo ao desenvolvimento neuropsicomotor do lactente, é possível iniciar a introdução de outros alimentos, porém devem ser evitados: os alimentos industrializados ou embutidos, mel, bebidas como refrigerantes, sucos, café, leite de vaca e quaisquer alimentos que contenham excesso de sódio, açúcar e gordura.
Por que certos alimentos são inapropriados para bebês antes de 1 ano?
O consumo de sal e açúcar no primeiro ano de vida do bebê pode modular o paladar e, com isso, influenciar as futuras preferências alimentares, além do seu uso aumentar o risco de obesidade e doenças cardiovasculares no futuro. O mel pode conter esporos de bactérias causadoras do botulismo, e o sistema digestivo de um bebê nessa faixa etária ainda não está totalmente desenvolvido para combatê-las. A introdução precoce de sucos pode ter efeitos negativos, como alto teor de açúcar, risco de obesidade, cárie dentária e diminuição da saciedade. Também não existem doses seguras de café nessa população. Já o leite de vaca não é adequado para bebês menores de 1 ano devido ao alto teor de proteína e gordura saturada, de difícil digestão, maior risco de alergias e intolerâncias, potencial de causar deficiências nutricionais pelos baixos níveis de ferro, zinco e vitaminas C, D e E, e também é pobre em prebióticos.
Quando começam a comer alimentos sólidos?
Antigamente, era comum recomendar a introdução tardia de alimentos sólidos, sobretudo para crianças com alto risco de doenças alérgicas. No entanto, hoje sabe-se que a introdução de alimentos potencialmente alergênicos, como ovo e peixe, a partir dos 6 meses, mesmo em crianças com histórico familiar de atopia, diminui o risco de desenvolver alergias no futuro. Não há evidências comprovadas de vantagens na introdução de alimentos diferentes do leite materno antes dos seis meses de idade. Por outro lado, existem muitos relatos que sugerem que essa prática pode ser prejudicial para a criança.
Quais alimentos são recomendados para a introdução alimentar do bebê após os 6 meses de idade?
Além do leite materno ou fórmula infantil, recomenda-se a introdução gradual de alimentos sólidos que devem conter pelo menos um de cada um dos seguintes grupos:
Cereais ou tubérculos: Ex: arroz, milho, macarrão, batata, mandioca, inhame, aveia
Leguminosas: Ex: feijões, soja, ervilha, lentilhas, grão de bico
Carne (vaca, ave, suína, peixe ou vísceras) ou ovo
Verduras: Ex: alface, couve, repolho, espinafre
Legumes: Ex: abobrinha, brócolis, tomate, abóbora, cenoura, pepino, berinjela
Também recomenda-se o consumo de frutas variadas, sempre in natura, raspadas, amassadas ou picadas em colheres. O consumo de óleos vegetais, como o azeite de oliva, óleo de soja e óleo de canola, pode ser introduzido no preparo dos alimentos do bebê, como fontes saudáveis de gorduras.
Quais são os sinais de prontidão do bebê para começar a comer alimentos sólidos?
Por volta dos seis meses de idade, a maioria dos bebês saudáveis demonstra sinais de prontidão para começar a comer alimentos sólidos. Esses sinais incluem a capacidade de sentar sem apoio, sustentar a cabeça e o tronco, segurar objetos com as mãos, explorar o ambiente, desenvolvimento oral adequado, ausência do reflexo de protrusão e movimentos voluntários da língua. Esses marcos motores indicam que o bebê está pronto para a introdução da alimentação complementar.
Qual é a importância da consistência adequada dos alimentos para bebês?
A consistência dos alimentos é importante na introdução alimentar dos bebês. O método Baby-Led Weaning (BLW), com alimentos em pedaços, estimula a autonomia e o desenvolvimento motor, mas pode ter preocupações com engasgo e adequação nutricional. O método tradicional com alimentos amassados ou cortados em pequenos pedaços e ofertados com ajuda de uma colher, permite maior controle sobre a textura, facilitando a ingestão de nutrientes, mas pode limitar a exploração e a autonomia. É possível adaptar e combinar os dois métodos, oferecendo alimentos em pedaços maiores para estimular a mastigação e alimentos amassados ou cortados em pequenos pedaços para garantir a segurança e a adequação nutricional. A escolha do método ideal deve ser feita em conjunto com a família e o médico, levando em conta a prontidão do bebê, suas habilidades motoras e necessidades nutricionais.
Quais são os cuidados necessários com a higiene dos alimentos oferecidos ao bebê?
Antes mesmo do preparo dos alimentos, é importante garantir a higiene adequada das mãos, dos utensílios de cozinha, incluindo a limpeza de mamadeiras, mas também a limpeza das frutas e verduras com água corrente e imersão em solução de hipoclorito de sódio. Para reduzir o risco de contaminação por agrotóxicos, recomenda-se o uso de uma solução de bicarbonato de sódio. Os alimentos devem ser preparados em local limpo, em pequena quantidade, e oferecidos imediatamente após o preparo. Restos de alimentos não devem ser reaproveitados. Além disso, é importante manter os alimentos cobertos e refrigerados adequadamente. A água para consumo deve ser filtrada, fervida ou clorada. Esses cuidados ajudam a prevenir a contaminação e garantir a segurança alimentar para o bebê.
Texto por Dra Karine Risério
Endocrinologista Pediátrica